13 de maio de 2009

A desconstrução da identidade nacional

1 comentários

O homem é um ser social por natureza. Múltiplo e original, exerce influência sendo ao mesmo tempo influenciado pelo meio em que vive. Com o desenvolvimento tecnológico, o homem passou a si vê não apenas nos canais até então populares-fotográficos, impressos e audiovisuais (cinema), mais também no ambiente doméstico de sua casa, nos horários reservados para a família, para a conversa necessária no fim do dia. A rotina, tão comum, foi descartada para receber a presença ilustre da TV e suas programações.

Luz, cor, movimento. Novidade deliciosa para quem, há pouco, só tinha as ondas do rádio para se entreter e se informar.

Os grande espetáculos agora iam até o público, invadiam suas casas dando a sensação de conforto e, o que é melhor, de graça?! Esse efervecimento no sentido cultural teve dois significados importantes: primeiro, abria-se um novo campo de possibilidades; segundo, essas possibilidades ficaram restritas em poucas mãos - no eixo Rio-São Paulo (PRIOLLI, 2000, p, 19).

Se antes o brasileiro tinha orgulho de sua origem, regionalista, agora forçava-se a imitar os sotaques e vestimentas sulistas. A heterogeneidade que compõe o Brasil passou, de forma continua a ser reduzida a uma "identidade nacional".

"A televisão tem sido um poderoso instrumento de difusão desse sentimento nacional, que articula incluídos e excluídos em torno de uma certa ideia de Brasil [...] cumprem esse papel [...] desde o início dos anos 70, quando a tecnologia permitiu a implantação de uma rede de telecomunicações em todo o território [...] (PRIOLLI, 2000, p. 15).

O papel exercido pelo telejornalismo neste propósito foi fundamental, pois submeteu-se as pressões econômicas e partidárias, escondendo o conteúdo pobre e limitado de suas notícias pelo apuro técnico da forma que "eliminou o improviso, impôs uma duração rígida no noticiário, copidescou não só o texto como a entonação e o visual dos locutores" (REZENDE, 2004, p. 113).

É certo a existência de várias "identidades" que buscam reconhecimento, contudo elas são barradas quando tentam se fazer reconhecidas na tela da TV. Talvez isso se deva a visão mercadológica e política com o qual esse meio foi construído.

1 comentários:

Anônimo disse...

Ola Lira Froes, muito interessante este texto ea forma que foi descrito.
Sugiro p/ vc ler o livro "o menino sem imaginação" marcou muito a minha infancia mas é muito interessante a forma tambem como o autor coloca a dependencia do brasileiro pela telinha...
Ass:Wla Junior.