13 de maio de 2009

Reflexões acerca do papel dos meios de comunicaçõa

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Vive-se cercado pelas palavras. Estas são absorvidas, com todo cunho ideológico latente, “responsável pela produção de qualquer sentido social... de conteúdos, opiniões, atitudes ou representações” (PINTO, 2002, p. 46), para posteriormente, serem transformadas e reproduzidas, com toda a potência de mediar relações, informar e formar.

O homem é um ser social. Sobrevive na sociedade, para a sociedade. Através dessa relação de dependência mútua, as formas de comunicação foram aperfeiçoadas. Antes, com a criação dos hieróglifos egípcios, da escrita cuneiforme desenvolvida pelos sumérios, até o surgimento da prensa móvel, a imprensa como hoje a concebemos foi tomando forma e ganhando espaço.

Com a industrialização e a concepção de produção capitalista, as ideologias com fins sociais foram dando abertura para as com fins mercadológicos. O advento tecnológico também contribuiu para o surgimento da era midiática, “blindada” pelo caráter da imparcialidade.

Contudo, as palavras não são imparciais. São construídas dentro de um organismo retórico, que visa convencer o receptor acerca de uma determinada “verdade” imposta pela hegemonia dominante.

O voto e a mídia: relações de poder na sociedade

O poder sempre esteve no centro das manifestações humanas. Através do seu exercício, muitos impérios foram erguidos, outros, exterminados. Objeto de desejo capaz de incitar ações aceitáveis ou controversas, em virtude do código de ética usado, o qual se transforma à medida que o próprio meio social se modifica. Para Foucault, os efeitos do poder vão além da repressão, estágio primário de seu exercício.
"Deve-se considerá-lo como uma rede produtiva que atravessa todo o corpo social muito mais do que uma instância negativa que tem por função reprimir".

Um dos vários tipos de poder é praticado com base no sistema governamental fundamentado pela autoridade advinda do povo. O sulfrágio universal representa o poder que o indivíduo conquistou ao longo da história, graças às diversas crises pelas quais a humanidade passou. Tal senso democrático teve origem na Grécia Antiga, por volta do século V, antes de Cristo, dando aos cidadãos, homens livres, nascidos em Atenas e maiores de idade, o direito ao voto.

Para Antônio Rubim, em Eleições e (idade) mídia, “cada cidadão detém uma parcela de poder, que se encontra pulverizado na sociedade” (2002, p. 42). O pleito, então, proporciona a homogeneização de vontades da comunidade, a qual elege seu representante, por um tempo determinado.

De quatro em quatro anos, municípios brasileiros se vêem cercados de obras, feitas às pressas, e de promessas. Os moradores, principalmente das comunidades periféricas, são postos em evidência pelas campanhas eleitorais; algo inédito, com exceção das páginas policiais nos jornais e nos programas sensacionalistas locais.

O rito de legitimação do poder representativo se reveste, assim, pela influência midiatizante dos MCM, cuja produção de textos noticiosos é pautada pela linha editorial do veículo informativo, o qual exerce grande controle na agenda do jornalista, obrigado a selecionar fatos, palavras, fotos para compor notícias em detrimento de outras.

Segundo Shaw, 1979, as pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que os mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo (apud Wolf, 1985). Por consequinte, os instrumentos da comunicação praticados pelos MCM, concentram ideologias, transmitidas de modo sistêmico e cumulativo; capazes de gerar influências, induzindo opiniões e posicionamentos partidários.

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