13 de maio de 2009

Situações de crise na era da comunicação

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Os tempos mudaram. Com o surgimento de novas tecnologias, as informações atingem a números cada vez maiores de pessoas no mundo. Mediante esta situação, as Instituições Corporativas necessitam estar preparadas para agir com eficiência na administração de crises.

Hoje, um dos maiores bens que uma empresa pode ter é a sua imagem consolidada no mercado. Para essa imagem manter-se estável, ela precisa...estar acima de qualquer suspeita, algo difícil de manter. Naturalmente, a depender do ramo de negócios que está inserida, a corporação estará mais protegida ou fragilizada, a mercê de situações que comprometerão sua posição na economia e na sociedade. Ou seja, “a múltiplos eventos imprevisíveis, com o poder de causar prejuízos incalculáveis aos cofres e à imagem das corporações” (VIANA, 2001, p. 167).

“Agir com coerência nas suas ações e compromisso com a opinião pública” (VIANA, 2001, p. 168) são fundamentais para se combater as conseqüências da crise. Qualquer empresa estará sujeita a sofrer momentos de crise. O que fará a diferença na gravidade das perdas será a forma como a corporação se posicionará durante, antes e depois da crise.

A maior plataforma marítima de exploração de petróleo, em águas profundas do mundo, a P-36, da estatal Petrobras, serve para ilustrar o quanto atitudes responsáveis podem diminuir as marcas deixadas por situações de crise na imagem de uma empresa. Sua construção envolveu um investimento de 1 bilhão de reais na época. Todo mercado, nacional e internacional, tinha a Petrobras como a empresa mais preparada em termos de tecnológica e de material humano. Porém, inesperadamente, o mundo viu nas telas de TV, em março de 2001 este colosso imergir nas águas profundas do Campo do Roncador, no estado do Rio de Janeiro. As causas desse desastre só foram diagnosticadas três meses depois: “um excesso de pressurização no tanque de drenagem de emergência onde se depositavam os resíduos da P-36 causou o rompimento mecânico da estrutura, liberando água, óleo e gás em todo o ambiente do quarto andar da coluna [...]” (VARELA, 2007, apud ROSA, p.335).

A Petrobras procurou agir com transparência na veiculação dos fatos à mídia, antecipando-se até mesmo numa tentativa de inibir a rede de especulações que se formava diante da situação de crise de proporções econômica, ambiental e humana a qual vivia.

A estatal, além de manter um relacionamento com a mídia, soube passar credibilidade ao mercado, eliminando as incertezas dos investidores quanto ao seu futuro. Essas atitudes, entre outras, foram importantes para diminuir os efeitos da crise na sua imagem.

Fugir de situações de crise é algo praticamente impossível. Mas, uma corporação bem estruturada deve estabelecer medidas para suprimir suas conseqüências negativas.

Manter sempre atualizado um plano de contingência é uma delas. Ser pego desprotegido num momento de crise só fará com que sua repercussão tome proporções maiores do que é na realidade. Portanto, cometer alguns “pecados” como manipular as informações, atribuir a culpa dos seus problemas aos sensacionalismos da mídia, negando os fatos, contratando amadores em lugar de profissionais são algumas atitudes que, certamente, fará a empresa afundar-se pelas suas próprias mãos.

Referências

VIANA, Francisco. De cara com a mídia. São Paulo: Negócio Editora, 2001.
ROSA, Mario. A era do Escândalo. 4º Edição, São Paulo: Geração, 2007.

Conheça um pouco mais sobre o caso P-36



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