"A busca pelas próprias verdades é o maior objetivo de quem some pelas ruas da cidade. Encontrá-los é a missão de quem os querem bem" (R.Lira/2010)
Deram-me licença e entrei. Tornei-me para essas pessoas, num curto espaço de tempo, uma estranha amiga. Esmiucei o que pude esmiuçar. Perguntei o que pude perguntar. Compreendi o que estava ao meu alcance e mergulhei em mundos dissonantes ainda em processo de restauração. Conversei com estranhos, estimulei saídas, ganhei amigos para até quando a vida permitir. Precisei ter fôlego para não afogar, mas, como uma boa foca que sou, consegui manter-me emersa. O resultado dessa tentativa é o livro-reportagem Na Busca dos Desaparecidos, a esperança ainda não morreu.
A narrativa tenta trazer a tona o que os meios de comunicação de massa não conseguem ou não podem fazer, por estarem presos a critérios superficiais na construção da notícia. Assim, procurei seguir os ensinamentos que Edvaldo Pereira Lima registrou na obra "Páginas Ampliadas": dei voz, corpo e alma a quem vive sem cara, nome e sobrenome na grande mídia brasileira.
Na Busca dos Desaparecidos, a esperança ainda não morreu relata um período da vida de três mulheres baianas: Edileusa, Lígia e Luísa.
Mães escondidas no anonimato da cidade, que sonham, como tantas outras, saber por onde andam os filhos desaparecidos. A narrativa revela semelhanças e diferenças de fatos que até hoje influenciam as vidas dessas mulheres. Todas têm em comum a pobreza, a falta de oportunidades e a esperança. Já os seus filhos têm em comum o mesmo que suas mães, com o acréscimo de serem todos portadores de transtorno mental.
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