Há vinte dias, em frente ao Ministério Público do Estado da Bahia, em Nazaré, uma faixa questionando a quem interessa o silêncio das autoridades diante da morosidade de se encontrar o culpado do crime ambiental ocorrido há 720 dias na comunidade do Parque Real Serra Verde, na região metropolitana de Camaçari.
Unidos por correntes, perpassadas aos pulsos, protestam e reivindicam uma solução para o problema que modificou completamente suas vidas.
Unidos por correntes, perpassadas aos pulsos, protestam e reivindicam uma solução para o problema que modificou completamente suas vidas.
A maioria são agricultores de subsistência, produzem para seu próprio consumo ou vendem diretamente para o consumidor. Desde a noite em que acordaram sentido forte cheiro, a comunidade nunca mais foi à mesma.
Primeiro, houve vômitos, mal estar generalizado; depois, apareceram os primeiros casos de lesões hepáticas, atrofiamento testicular, redução espermática, alterações congênitas e de DNA, leucemia, entre outros transtornos.
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A quem recorrer
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Em 2007, 30 famílias das 150 afetadas se mobilizaram em protesto na Corregedoria Pública de Camaçari. Todavia, o máximo que obtiveram foi raras e intermitentes cestas básicas.
“Dizem que quem chora é quem está com fome” afirma Marlene, 39, ao justificar o porquê das outras famílias afetadas não terem recebido ajuda. Sua pequena plantação de cocos está, desde então, imprópria para a venda. “Apodrecem no pé, a água seca e murcham, e quem vai comprar coco assim?”, desespera-se.
O filho de Marlene de apenas 19 anos, atleta do Esporte Clube Vitória, está impossibilitado de praticar uma corrida de 15 minutos devido a uma atrofia muscular diagnosticada há poucos meses.
Foi despejado no quintal dos moradores da comunidade do Parque Real Serra Verde, sem aparente propósito, um caminhão responsável de fazer o transporte dos dejetos da petroquímica instalada em Camaçari, para a empresa responsável de armazenar tais produtos tóxicos.
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